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Ferreira Gullar

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José Ribamar Ferreira (São Luís, Maranhão, 1930 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016). Poeta, dramaturgo, tradutor e crítico de artes plásticas. Filho do comerciante Newton Ferreira e de Alzira Ribeiro Goulart, estuda no Colégio São Luiz de Gonzaga. Aos 18 anos, trabalha como redator no Diário de São Luís, e um ano depois publica seu primeiro livro, Um Pouco Acima do Chão. Em 1951, muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha como jornalista nas revistas O Cruzeiro e Manchete e no Jornal do Brasil. Em 1954, lança o livro A Luta Corporal e conhece os poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Gullar participa da fase inicial do movimento concretista, inclusive da 1ª Exposição de Arte Concreta, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1956. No ano seguinte, rompe com os poetas concretos após ler um artigo de Haroldo no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, intitulado Da Psicologia da Composição à Matemática da Composição. Em resposta a esse texto, escreve outro artigo, Poesia Concreta: Experiência Fenomenológica, publicado no mesmo jornal, em 1957. Gullar discorda do que considera um racionalismo excessivo da poesia concreta e defende mais subjetividade, o que resulta na criação do movimento neoconcreto, do qual participam artistas plásticos como Hélio Oiticica, Lygia Clark e portas como Reynaldo Jardim. O Manifesto Neoconcreto é divulgado em 1959, no Jornal do Brasil, e nesse mesmo ano é realizada a 1ª Exposição Neoconcreta. As ideias do movimento são expostas na Teoria do Não Objeto, que Gullar também publica nesse ano. No início da década de 1960, escreve poemas de cordel, como João Boa Morte, Cabra Marcado pra Morrer, em que predomina uma linguagem referencial, de conteúdo político. Em 1962, é eleito presidente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC/UNE) e dois anos depois filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Com a decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 1968, o poeta é preso, juntamente com o jornalista Paulo Francis e os músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil. Obrigado a exilar-se, em 1971, reside em cidades como Paris, Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires, e envia artigos para o jornal O Pasquim. Escreve no exílio o seu livro mais conhecido, o Poema Sujo (1976). Em 1977, retorna ao Brasil, escreve para o teatro e a televisão. Três anos depois, é publicada uma edição completa de suas poesias, com o título Toda Poesia (reeditada em 1999, com acréscimo de obras recentes). Gullar é reconhecido também como crítico de artes plásticas, tendo publicado vários títulos nessa área, entre eles Sobre Arte (1983) e Etapas da Arte Contemporânea: Do Cubismo à Arte Neoconcreta (1998).

Fonte: Itaú Cultural

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