A arte pop de Claudio Tozzi
Claudio Tozzi é um artista brasileiro que teve fases muito interessantes. Uma delas foi a arte pop nos anos 60 com obras valorizadas, pois foi um período que teve começo, meio e fim (salvo a releitura de 2018), fazendo um recorte histórico do que ocorria naquela época estilo Zeitgeist.
O pop-art é um movimento que começou nos anos 60 com Andy Warholl nos Estados Unidos e teve influência no Brasil em vários artistas que adotaram linguagens próprias criando uma arte pop nacional e muito interessante. Continue lendo e entenda.
Como é a arte pop de Claudio Tozzi
Claudio Tozzi usou uma estética em artes gráficas no estilo HQ usando serigrafia. A linguagem é a adotada pelos meios de comunicação de massa e também usou imagens de propagandas usadas nas cidades. Inclusive, os quadros receberam as mesmas tintas usadas naquela época pelas empresas.
Ao descontextualizar estas imagens subvertendo seus significados iniciais, ele chamava a atenção para as questões sociais relevantes de sua época com preocupação com o coletivo levando a reflexão e ao debate. Desta forma, despertando nas pessoas uma conscientização crítica.
Diferenças entre nossa arte pop e pop-art dos EUA
Se por um lado, nos Estados Unidos, as imagens do pop-art eram glamorizadas usando celebridades e produtos como uma espécie de prateleira, aqui a arte pop ganhou nova figuração através das habilidades e talento de Claudio Tozzi.
Com conotação específica tomando a pintura como um ato de resistência com engajamentos ideológicos propondo novas mensagens subvertendo e propondo novas sintaxes. Desta forma, criando novos objetos.
Se você se interessa por arte pop, um dos grandes destaques são sua série Os Astronautas.
Os astronautas
Por volta de 2018, Claudio Tozzi produziu obras mais atuais fazendo uma reimpressão de Os Astronautas para mostrar como o processo de pintura evoluiu.
Originalmente foram criadas a partir de 69 indo até 72 quando saiu desta fase com mais amplitude de formas e estudo de cores.
Uma delas mostra a face o capacete de um astronauta com uso das cores branco, preto, amarelo e vermelho. Assinado como 1969-2018 mostra o espaço temporal passado desde aquela época em uma reimpressão de uma gravura já concebida.
Na década de 60, Tozzi havia feito uma impressão daquela mesma gravura, mas usando uma técnica diferente usando liquitex sobre a tela.
O passar do tempo possibilitou que ele usasse tintas que surgiram depois, segundo conta em uma entrevista para a TV USP. Isso faz refletir sobre como os recursos disponíveis são importantes nos processos e o significado disso para a produção de uma gravura.
Já na exposição Emblemas da Cultura Brasileira realizada em 2018, Tozzi afirma que ele buscava mostrar a importância da técnica gravura para a arte brasileira colocando-a em uma situação mais familiar, ou seja, conhecida.
As imagens de astronautas são ligadas ao avanço tecnológico máximo de um país, representando ciência, mas também exploração espacial. Vale a pena refletir sobre os significados que estas imagens evocam e que tipo de pensamento crítico surge.