A Valorização internacional da carreira de Beatriz Milhazes
Beatriz Milhazes
Carioca da capital, Beatriz Milhazes nasceu em 1960 e é uma das artistas plásticas brasileiras de maior reconhecimento no cenário atual da história da arte. Dona de uma obra colorida, repleta de figuras geométricas e por suas flores, realiza trabalhos que exploram os caminhos que levam à escultura.
A arte veio para ela, diferentemente de outros artistas, como uma real profissão e como uma formação acadêmica. Beatriz é formada pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage do Rio de Janeiro, em 1983. Cursou também Comunicação Social pela Faculdade Hélio Alonso, dois anos mais cedo.
Nessa fase de sua vida a artista deu aulas de pintura, ocupação que se estendeu até 1996, e trabalhava com a arte que, naquele momento, já era caracterizada por uma obra carregada e tensa, com a visível repetição de figuras como as flores e pelas colunas que fazem oposição em relação ao fundo da tela.
Beatriz Milhazes – Desculpe, mas Teve que ser Assim
Um caminho crítico, do figurativo ao abstrato
Com um caráter crítico e sempre dando valor ao pensamento, foi uma crítica do Regime Militar e, ainda jovem, participou da exposição “Como Vai Você”, em 1984, que reuniu inúmeros artistas contrários a Ditadura Militar. Juntos, eles demonstravam apoio e tinham o objetivo de acelerar a democratização do Brasil.
Beatriz Milhazes – Ei...Oi...E aí? Vem, Vamos!
A partir dos anos 1990, fica mais envolvida com o barroco e com a igreja católica. No final da década, acaba partindo para uma obra mais abstrata, valorizando o imaginário e o pensamento do espectador. No final dos anos 90, Beatriz chegou a ilustrar o livro “As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes”.
Beatriz Milhazes – Filé de Peixe em Amarelo
Valorizada e internacional
O conhecimento e o reconhecimento internacional veio após suas participações e exposições em importantes bienais pelo mundo, como: a 50a Bienal de Veneza, em 2003, as Bienais de São Paulo de 1998 e de 2004, e Bienal de Shangai, em 2006.
Ainda hoje, Beatriz Milhazes faz com que seus círculos, suas mandalas, suas colunas e suas obras repletas de cores sejam admiradas internacionalmente. É uma das únicas, se não a única artista brasileira, a ter a obra “O Moderno” vendida a 1 milhão de dólares em vida, quando vendeu uma de suas obras ao admirador de arte que hoje possui uma das obras mais caras da história da arte brasileira, a Abaporu. Após alguns anos, atingiu um novo maro ao vender uma de suas obras por 16 milhões de reais.
Beatriz Milhazes – O Moderno
Beatriz Milhazes é inspirada em artistas como Tarsila do Amaral e admiradora de obras e artistas que valorizam o abstrato e os valores da figura geométrica e das cores, assim como também se identifica com a arte popular brasileira e artes aplicadas, nas quais algumas obras trazem a técnica do artesanato e do bordado. O modernismo nacional é considerado por ela um companheiro desde o início de sua trajetória. O modernismo internacional, assim como o brasileiro, serve muito de inspiração para Beatriz, principalmente na figura de Henri Matisse.
Milhazes continua produzindo e expondo suas obras no Brasil e no mundo. Hoje, se identifica e traz em suas artes referências da Op Art.