As obras e a história do artista Manabu Mabe
Manabu Mabe
Manabu Mabe, japonês de Kumamoto que nasceu no ano de 1924 e foi um pintor, ilustrador e gravador que, mesmo vindo de solos orientais, teve muito sucesso por aqui. Seu interesse pela pintura se dá já no Brasil, onde chegou ainda criança aos 10 anos de idade. Sua família se dedicava ao trabalho em lavouras de café no interior de São Paulo.
Por aqui, Manabu percebe seu interesse pelo meio artístico nos dias de chuva, quando não precisava ajudar seus pais na lavoura e ficava a pesquisar obras e trabalhos orientais em revistas e impressos trazidos do Japão por sua família. Aos 21 anos é que tem sua primeira oportunidade de trabalho no meio, preparando e fazendo fundos para as telas do artista Teisuke Kumasaka.
Do início até o amadurecimento de sua carreira, se transformou em um dos mais importantes abstracionistas da história da arte de nosso país, além de ser um dos pioneiros do movimento.
Manabu Mabe – Agonia
A mudança para São Paulo e a transição de seu trabalho
Ainda no interior, Manabu realiza uma viagem a capital, onde se identifica com o estilo de vida e acaba conhecendo o também pintor Tomoo Handa. Com o contato, Mabe intensifica seus trabalhos com temáticas ligadas à natureza, algo que mudaria com o passar dos anos.
Manabu Mabe
Em 1957, Manabu decide migrar do trabalho do campo e caminha para São Paulo para se fixar como artista. Naquela época já participava de importantes exposições com trabalhos essencialmente figurativos. Com a mudança, é nítida a transição em seu trabalho, partindo das figurações para o abstracionismo de seus traços, formas e cores.
Sem uma formação artística formal, Mabe considera sua obra como dona de um estilo próprio, por ele denominada Mabismo. Em algumas obras, é possível perceber que muitos dos traços lembram a caligrafia japonesa
Os prêmios e o reconhecimento
Manabu é premiado como o Melhor Pintor Nacional na 5ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1959. Nessa exposição, apresentou trabalhos como “Composição Móvel” e “Pedaço de Luz”. Neste momento, seu trabalho é caracterizado por manchas de cor e luz, e por seus traços espessos e como se fossem produzidos com pressa e por quem ligasse mais para o resultado do que para o cuidado com as pinceladas.
Além dos prêmios nacionais, Mabe recebe importantes reconhecimentos internacionais. A revista “Time” o homenageia como o artista do ano, ou como denominado pelo periódico, “The year of Manabu Mabe”. Tudo isso o consolida como um dos maiores nomes da abstração brasileira, mesmo sem ser natural daqui.
Manabu Mabe falece em setembro de 1997 e é até hoje um dos maiores nomes da arte brasileira. Suas obras continuam sendo expostas e comercializadas, além de serem realizadas exposições póstumas em sua homenagem.