A cor, o Humor e a genialidade das telas de Gustavo Rosa
Gustavo Rosa
Nascido em São Paulo no dia 20 de dezembro de 1946, Gustavo Rosa foi um dos grandes artistas plásticos do Brasil. O gosto de Rosa pela arte aconteceu ainda muito cedo. Autodidata, ganhou seu primeiro prêmio aos 18 anos de idade. Uma viagem ao exterior fez com que o gosto por desenhar e pintar fosse ainda mais encrustado em suas raízes artísticas.
Não muito disciplinado, mas muito talentoso e inquieto, faltava à escola para aprender arte e ao longo dos anos construiu sua própria maneira de criar. Muito conhecido por pintar figuras humanas gordinhas mesmo que elas não fossem, Rosa entende que o artista não necessariamente precisa trazer a realidade ou representá-la em suas obras. Fazer a própria realidade também é arte e traz o humor e o caricato, assim como Pelé foi representado por ele.
Com mais de cinco mil obras únicas produzidas, Gustavo Rosa representa nelas o cotidiano e a simplicidade: mulheres com latas d’agua na cabeça, crianças, sorveteiros, vendedores de comida de rua e figuras tipicamente brasileiras que são facilmente notadas nas em qualquer cidade. Rosa era fã assíduo de Pablo Picasso e nitidamente influenciado por seus traços cubistas. No Brasil, os artistas plásticos Di Cavalcanti e Alfredo Volpi foram para ele grandes referências. Di Cavalcanti, em uma de suas exposições, fez um elogio ao seu estilo e suas técnicas: “Esse rapaz tem um traço muito bom”, comentário este que serviu de grande motivação a Rosa e fez com que os dois mantivessem uma amizade até o final da vida de Cavalcanti.
Gustavo Rosa – Aldemir Martins
Expos em muitos lugares do mundo
As décadas de 70 e 90 foram as mais produtivas da carreira do artista. Em 70 fez sua primeira exposição individual, na qual expos obras figurativas ricas em detalhes e em aspectos técnicos. Seu talento o levou a exposições em diversos lugares do mundo, em uma semana expondo para um galerista no frio de Nova Iorque, em outra no calor de uma praia do Guarujá.
Gustavo Rosa – A Gata
Os gordinhos e as crianças
Talvez essas duas series representem os dois fatores que mais foram apresentados, ironizados, humorizados e criticados nas obras de Gustavo Rosa. Os gordos representavam a parte do humor, que veio após as crianças, que por sua vez representavam a crítica e o afeto de Rosa a temas importantes de sua sociedade. As crianças vieram de outro tema que também foi representado pelo artista, as mulheres com latas d’água na cabeça que eram acompanhadas de seus filhos em seus afazeres diários.
A serie das “Banhistas” foi um dos grandes trabalhos dele e vieram de seu gosto pela observação e por suas visitas constantes às praias. Porém, o grande e real amor de Gustavo não eram os temas, mas a pintura. Os temas eram apenas o fator que possibilitava que ele pintasse algo, já que não se via pintando obras abstratas.
Dentro desses temas estavam os gatos, que assim como na obra de Aldemir Martins também estiveram muito presentes e são considerados uma marca registada de Rosa.
Gustavo Rosa – Mulher na Praia
Humor, cor e dia a dia de forma leve e caricata Gustavo Rosa Busca suas informações no dia a dia e tem uma tendência a levar suas obras ao humor e ao lado caricato da arte. Mesmo que nunca tenha ido ao abstrato, Gustavo se considera um artista que não se atem a um estilo ou moda. Para ele os estilos são passageiros, assim como o que ele entende por modismo que é o que mais se faz em determinada época.
Gustavo Rosa – O Golfista
Gustavo Rosa pintou sem pensar muito no que viria para o dia seguinte, acreditando em seu “dom” e em sua vocação e na magia da resposta que a tela lhe daria. Foi um artista excessivamente intuitivo. As obras de Gustavo estão expostas em sua casa, que virou o Instituto Gustavo Rosa, aberto ao público para exposições e oficinas. Com câncer na medula óssea, o artista faleceu em 2013.