A relação entre a Arte e a Cidade de São Paulo
Museu MASP em São Paulo
Hoje, no aniversário de 471 anos de São Paulo, o Blog da Galeria Livia Doblas traz uma reflexão sobre o papel fundamental da cidade na construção da história da arte brasileira, assim como a arte ajudou e continua ajudando na construção da identidade de uma cidade extremamente vibrante, pulsante, viva e multicultural.
São Paulo é a cidade onde grandes nomes da arte brasileira alavancaram sua trajetórias, por lá podemos encontrar museus históricos e ela foi palco de semanas de arte mundialmente reconhecidas e é até hoje local de imensas expressões artísticas urbanas, por isso, podemos enxergá-la como um verdadeiro mosaico de estilos e influências culturais.
Artistas que marcaram história em São Paulo
Como falamos no parágrafo anterior, São Paulo foi o ponto principal de partida de inúmeros artistas brilhantes. Entre os nomes que se destacam está Tarsila do Amaral, uma das maiores representantes do modernismo brasileiro. Nascida em Capivari, no interior paulista, Tarsila encontrou em São Paulo o ambiente propício para expandir suas ideias artísticas. Sua obra "Abaporu", por exemplo, é um símbolo do Movimento Antropofágico, que revolucionou a arte brasileira.
Outro grande nome é Alfredo Volpi, artista italiano que cresceu em São Paulo e conquistou reconhecimento internacional por suas famosas bandeirinhas, que mesclam influências da arte popular com o modernismo.
Abaporu - Tarsila do Amaral
A Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo
Claro que quando citamos a cidade de São Paulo e falamos sobre arte, não podemos esquecer de um dos maiores acontecimentos para a história da arte no Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922. Realizada no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 22, a Semana reuniu artistas, escritores e músicos que mudaram completamente como os brasileiros enxergariam a arte dali pra frente, assim como os paradigmas culturais da época. Hoje, muitos críticos de arte veem a Semana de 1922 como o marco zero da história da arte brasileira.
O evento foi idealizado por nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Di Cavalcanti, com o objetivo de romper com o excesso de teorias das academias e trazer uma arte mais brasileira, ou com mais brasilidade, se conectando muito mais com o povo brasileiro. Desses objetivos, tomou forma o Movimento Modernista no Brasil.
Durante a Semana, foram apresentados inúmeros tipos de arte, que muitas vezes acabaram chocando parte do público, mas atingiram o objetivo de abrir caminho para o Modernismo no Brasil. Obras como "A Estudante", de Anita Malfatti, e as composições de Heitor Villa-Lobos foram destaques do evento. Hoje, o legado da Semana de 22 é amplamente celebrado em São Paulo e ao redor do Brasil. Em São Paulo, museus como a Pinacoteca e o MAM preservam a memória da Semana e valorizam o crescimento do modernismo brasileiro decorrente dos eventos.
Artistas na Semana de Arte Moderna de 1922
Museus Icônicos e Obras Mundialmente Reconhecidas
São Paulo abriga alguns dos mais importantes museus da América Latina, repletos de obras que atraem visitantes do mundo todo. O MASP, localizado na Avenida Paulista, é conhecido por seu acervo diverso e sua icônica arquitetura. Entre as obras mais celebradas estão “Os Retirantes”, de Candido Portinari, e “Rosa e Azul”, de Renoir.
Outro destaque é a Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde estão expostas obras como “Mestiço”, de Candido Portinari. Além disso, a Pinacoteca é um ponto de encontro entre a história e a contemporaneidade, e também é um local muito visitado pelos jovens e crianças que buscam através da visita um pouco mais de conhecimento sobre a cultura artística no Brasil.
Outro espaço imperdível é o Museu de Arte Moderna, o MAM, localizado no Parque Ibirapuera, onde se mantém viva a memória do modernismo brasileiro.
Mestiço - Candido Portinari
São Paulo e os artistas urbanos
Os contrapontos tão evidentes no dia a dia de São Paulo não são exclusivos para o cotidiano dos trabalhadores, pelo contrário, no cenário artístico é muito parecido. Se de um lado São Paulo possui museus e galerias que trazem a história da arte e o legado dos artistas, as nas ruas também trazem a vida da arte atual, principalmente com o grafite. O Beco do Batman, é um dos maiores exemplos disso. Repleto de grafites assinados por artistas nacionais e internacionais, o local tornou-se um verdadeiro museu a céu aberto, atraindo turistas e admiradores da arte urbana.
Operários de Brumadinho - Mundano
Além do Beco do Batman, artistas como Eduardo Kobra, Os Gêmeos e Speto são referências importantes na cena artística urbana em São Paulo e no mundo. Esses e inúmeros outros artistas transformaram São Paulo em um verdadeiro centro de referência para a arte urbana global, atraindo turistas e admiradores de todo o mundo.
Obra de Speto em homenagem a João Gilberto
Esculturas de São Paulo
Outro aspecto fascinante da arte em São Paulo são as obras integradas à paisagem urbana. No centro da cidade, a escultura “Monumento às Bandeiras”, de Victor Brecheret, celebra os desbravadores do Brasil colonial. Já na Avenida Paulista, obras de artistas como Tomie Ohtake dão um toque contemporâneo ao cenário.
Escultura Tomie Ohtake na Av. Paulista
No metrô, painéis artísticos encantam os passageiros. Destaque para a estação São Bento, que conta com painéis de azulejos assinados por Francisco Brennand. São Paulo, sem dúvida, transforma o cotidiano em experiências artísticas singulares.
Monumento às Bandeiras - São Paulo
São Paulo é uma cidade onde a arte se manifesta em todas as suas formas. Dos museus até as ruas grafitadas pode se ver de tudo, da arte feita apenas para se expressar até a arte feita para refletir. O aniversário de São Paulo é também um motivo para comemorarmos um pouco mais da tradição da arte brasileira ao redor do mundo.
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