A vida e a obra performática de Ivald Granato
Ivald Granato
Carioca de Campos, Ivald Granato Filho nasceu em 29 de dezembro de 1949 e ficou conhecido apenas pelos seus dois primeiros nomes. Na arte, Ivald Granato passou por inúmeras vertentes. Começou ainda jovem estudando pintura com o artista Robert Newman aos 17 anos e, anos depois, teve sua integração mais profissional até a arte, estudando na Escola de Belas Artes.
Mesmo que com um período prévio a sua maturidade com estudos teóricos e práticos, a arte foi inserida em sua vida por seu avô, que era amante da história da arte e lhe deu um livro de Pablo Picasso, que se tornou uma referência para Ivald mesmo após o amadurecimento e após todo o reconhecimento que teve como artista.
A pintura, a escultura, o desenho e a arte performance foram as principais vertentes artísticas exploradas pelo carioca que teve uma vida repleta de trabalho e uma trajetória agitada e produtiva. Para ele, no momento de sua maturidade artística, a produtividade tinha tanto valor quanto a criatividade.
Ivald Granato - O Menino Vê o Avião
A arte performática
Multifacetário, Ivald foi um artista que sempre demonstrou gostar de ser mais solto, mais livre e que encontrou na arte performance essa liberdade que foi para ele uma vertente mais politizada de sua carreira e de sua obra. Algo que para ele foi perdido com o passar dos anos, porque os artistas estão mais preocupados com a arte em si e por não haver mais um governo totalitário.
Ivald Granato em uma de suas performances
Pouca coisa é motivo de inspiração para ele
Na pintura, foi um artista que usou e abusou de pinceladas largas e nitidamente rápidas, obras que muitas vezes apresentam tinta escorrida e que tinham como tema principal o cotidiano, já que a inspiração vinha de algo simples, do dia a dia, não era necessário que algo espetacular o inspirasse.
No seu auge performático, chegou a unir suas apresentações ao espiritismo kardecista e ao movimento hippie.
Artista e crítico do meio
Crítico da Vanguarda Artística, do meio artístico e dos artistas que buscam apenas reconhecimento através do dinheiro, Ivald considerava que a Vanguarda deixou o meio bagunçado, largado e muito ligado ao lado financeiro, saindo da crítica social e muitas vezes prezas aos financiamentos públicos, “tirando a mão” de temas que muitas vezes poderiam incomodar aqueles que financiam os projetos.
Ivald Granato - As Meninas do Rio
Ivald Granato morreu em São Paulo aos 66 anos, em 2016 e tem suas obras expostas em exposições póstumas e suas performances relembradas através das gravações e fotos que sempre fez questão de produzir.