As obras compostas, os mosaicos e a carreira de José Patrício
José Patrício
Pernambucano de Recife, José Patrício Bezerra Sobrinho nasceu em 1960. É conhecido apenas pelos seus dois primeiros nomes e reconhecido por suas obras características de instalação e composição. Patrício começou a investir em sua carreira artística quando tinha apenas 16 anos de idade e começou a frequentar o curso livre da Escolinha de Arte de Pernambuco. No início dos anos 1980 iniciou a graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco, a UFPE, que concluiu em 1982.
Apesar de ter muito conhecimento formal, era um artista autodidata que no ano seguinte de sua graduação já conquistaria a oportunidade de mostrar suas obras em sua primeira exposição individual. A exposição aconteceu na Oficina Guaianases de Gravura, em Olinda, local onde obteve reconhecimento até se tornar diretor artístico entre os anos de 1986 e 1987.
José Patrício – Vanitas QR Code
O amadurecimento da carreira e as conquistas
Entre 1994 e 1995 conquistou uma bolsa de estudos financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Através dessa conquista fez estágio no Atelier de Restauration d'Art Graphique, no Musée Carnavalet, em Paris. Outra realização importante também aconteceu nessa época, quando participou da 22ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1994.
José Patrício - Circuito Tonal em Progressão Crescente
A criatividade e os objetos incomuns
O artista plástico começou a demonstrar o quão criativos seriam seus trabalhos quando começou a implementar objetos que comumente não são vistos como elementos artísticos, como os dominós, os botões, os pregos, os quebra cabeças e inúmeros outros. Isso causou curiosidade entre os críticos, que logo começaram a considera-lo um dos grandes nomes da arte lúdica brasileira.
José Patrício – Afinidades Cromáticas
O artista também produziu obras inspiradas em outros trabalhos artísticos, como a obra “Vertigo”, que foi idealizada a partir do filme “Um Corpo que Cai”, de Hitchcock. Para a produção de “Vertigo”, Patrício produziu um labirinto ao revés, pensado pelo autor do filme.
Os dominós de José Patrício
Com o passar dos anos, a utilização do preto passou a ser também um componente característico de suas obras, como em “Cento e doze dominós”, obra de 1998 que era composta por, como o nome diz, 112 peças de dominós pretas e de plástico, formando um mosaico sobre uma base de madeira.
Para José Patrício, a partir dos dominós os números se tornam elementos simbólicos de seus projetos. Por serem objetos com sequências numéricas, era necessário criar padrões de cores e forma na sua utilização. Em conjunto, esses padrões formam os mosaicos característicos de suas obras.
José Patrício – Cento e doze dominós
Atualmente, o artista continua produzindo e expondo suas características obras. Em 2021 escreveu e produziu um livro, o “Percursos de Criação”, onde ele escreve sobre sua história na arte, o seu caminho e trajetória. Além do livro, o quebra cabeça é a bola da vez em sua projetos artísticos, que elevam a arte ao nível industrial, com a produção previa de milhares de peças combinadas a milhares de tonalidades para a produção de uma única obra.