As obras críticas e reflexivas do artista Argentino León Ferrari
León Ferrari - Destinos
Nascido em 1920 na cidade de Buenos Aires, na Argentina, León Ferrari ficou conhecido por uma carreira repleta de obras críticas e pelo amplo repertório de obras e de técnicas artísticas utilizadas em sua “estadia” no meio artístico.
Os primeiros passos de León aconteceram com a pintura e logo migrou para a produção de esculturas. Ainda jovem e residente na Itália, Léon compôs obras predominantemente de aço e arames. Também foi por lá que mais tarde realizou sua primeira exposição individual. Nesse período o argentino ainda concentrava suas produções em obras abstratas, porém, a partir de 1965 León dá um passo que seria um dos mais importantes, se não o mais importante de sua carreira, que foi a entrada no movimento cultural e político do Instituto di Tella de Buenos Aires.
León Ferrari – Minhocas na Casa Branca
A partir desse momento, as obras de Leon Ferrari ganham o peso de suas intrínsecas criticas, que por muitas vezes eram irônicas e debochadas como na obra “Minhocas na Casa Branca”. Outras eram apenas reflexivas como em “Destinos” e por outras causavam um conjunto de sentimentos como em obras que traziam textos que tinham poucas partes legíveis e faziam criticas à ditadura vivida por ele.
A crítica ao catolicismo
Dentre os vários temas abordado por León, a época da Inquisição foi um dos mais explorados pelo artista. Imagens de um tempo em que milhares de pessoas foram mortas por serem consideradas hereges estavam na arte do argentino, que fazia questão de rivaliza-las ao mandamento “Não Matarás”.
Nem seu conterrâneo Papa Francisco foi poupado. Quando ainda era Cardeal na Argentina, León fez críticas a igreja católica por considerar que ela manipulava as pessoas e realizou protestos colocando imagens da Virgem Maria dentro de um liquidificador e ligando-o.
León Ferrari - Obra Crítica ao Catolicismo
A relação com o Brasil
Sua vinda ao Brasil aconteceu devido a críticas de um Regime Militar também vivido em território Argentino e que obrigou León a exilar-se por aqui. No Brasil, León não deixou de lado seus ideais político-sociais e continuou produzindo uma quantidade significativa de obras, como fez durante toda a extensão de sua carreira.
A relação com artistas como Julio Plaza e Regina Silveira fez com que o argentino se interessasse por obras mais chamativas visualmente e mais expressivas León então acaba por criar artes em texto, em vídeo, artes postais e livros artísticos.
No Brasil o artista foi premiado como o Melhor Expositor do ano de 1983 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, a APCA.
A volta a Argentina
Passado o período militar em sua terra natal, León decide voltar ao seu país em 1993. Neste regresso publicou livros e chegou a receber o Prêmio Constantini. Sem ficar preso pela idade, incluiu técnicas em seu repertorio e utilizou a tecnologia em suas experiências profissionais e pessoais. Foi nesse período também que o artista mais realizou exposições, pelas mais variadas partes do mundo.
Desde sua volta, León Ferrari não saiu mais da Argentina, onde faleceu em 2013. Até hoje o argentino é conhecido por muitos como o artista nascido no século 20 mais influente América Latina.