As Pinturas Gráficas de Rubem Valentim
Rubem Valentim
Baiano de Salvador, Rubem Valentim nasceu em 9 de novembro de 1922 e foi um pintor brasileiro reconhecido por suas pinturas gráficas e características de um geometrismo construtivista de formas e cores marcantes. Pinta desde muito jovem, desde seus 9 ou 10 anos de idade, quando aprende com um pintor de casas a fazer sua própria tinta, a tempera.
Nos anos seguintes, quando já praticava a pintura realizando paisagens e naturezas, começou seus primeiros estudos e contatos com inúmeros outros artistas para que seu trabalho fosse enriquecendo. Com conhecimento obtido, entendeu que não deveria passar o restante de sua carreira copiando paisagens e migrou para obras mais abstratas, através das quais realizava um trabalho que ele tratava como linguagem não verbal, inserindo e representando seu sentimento e suas sensações na tela com formas e cores que determinavam e ao mesmo tempo espelhavam o seu estado de espirito.
Através de uma linguagem artística universal, mostrou a parte mais Africana e Baiana do Brasil com uma pintura forte, simbólica e erudita, representada pelos frequentes elementos do candomblé estampados em suas telas.
As cores chapadas e as formas
Da mesma formas que em seus quadros, as cores representavam seu interior. Elas não sofreriam variações de tonalidade: o branco era exclusivamente branco, o preto exclusivamente preto e o amarelo exclusivamente amarelo. Sua ideia através desse pensamento seria que uma obra que trouxesse o sentimento de bem-estar e felicidade não pudesse trazer consigo outro sentimento se não aquele.
Mesmo com essa preocupação com as cores, muitos críticos consideram que elas não eram o principal elemento de suas obras, mas sim as suas formas geométricas, pelas quais ele se comunicava e representava o que ele era como pessoa e como artista. Por meio delas, expressava-se e passava elementos e sentimentos de sua religião, de seu vasto conhecimento, de seu cotidiano e do lugar de onde veio. Rubem Valentim representou pelas formas geométricas tudo o que Alfredo Volpi representou pelas cores.
Rubem Valentim - Emblema
As mudanças, o aprendizado e a carreira
Sendo um pintor autodidata, Rubem não tem grandes formações artísticas. Fora de sua principal profissão, resolveu cursar jornalismo e escreveu sobre o que mais gostava: a arte. Após a formação em jornalismo, vai ao Rio de Janeiro onde junto com Carlos Cavalcanti leciona no Curso de História do Instituto de Belas Artes.
Rubem Valentim - Estudo para Serigrafia
Foi no Rio de Janeiro que inseriu em seu repertorio a escultura. Começou a fazer pinturas com a inserção de relevos na tela e partiu para a escultura em madeira com trabalhos visualmente muito característicos de sua história na pintura.
Após essa jornada, Valentim recebe o importante prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna e por 4 anos mora em Roma na Itália.
Unindo elementos e técnicas inseridos por toda a extensão de sua carreira, pelas influencias obtidas através dos lugares por onde morou e pelas pessoas com as quais conviveu, foi em 1977 que muitos críticos consideram que atingiu seu auge, apresentando na 16ª Bienal Internacional de São Paulo a obra “Templo de Oxalá” que unia relevos e objetos simbólicos e predominantemente brancos.
Rubem Valentim – Templo de Oxalá
Aos 69 anos Rubem Valentim faleceu e deixou Bené Fonteles, seu parceiro de profissão e religião, como “Guardião de Suas Obras”.