Construtivista e concretista, as cores, as formas e a gravura na carreira abstrata de Eduardo Sued
Eduardo Sued
Do figurativo ao abstrato, Eduardo Sued começou a investir em sua carreira profissional de uma maneira não tão comum: através de uma faculdade de arquitetura que não foi concluída. Foi na graduação que ele teve seu primeiro contato com a geometria, muito marcada ao longo de sua carreira.
Eduardo Sued é conhecido como o rei do abstracionismo geométrico e das cores. O acervo de trabalhos desse artista é tido como referência na arte brasileira.
As cores e formas de um colorista
Cores, linhas descontinuadas e formas quebradas são características presentes em artes abstratas. O resultado são obras únicas, sendo quase impossível encontrar produtos idênticos. Há quem diga que esse estilo é simples, mas se engana quem pensa assim. É necessária muita inspiração, experimentação e não à toa que Sued considera a arte como um fazer intelectual, solitário e meditativo. Para ele, "experimentar é aceitar o desafio da dúvida”, assim faz uma trajetória constantemente reinventada por novos desafios.
“A escolha das cores é secreta, elas afloram naturalmente”, e foi em 1963, após o falecimento de seu pai, que as cores passaram a ter presenças destacadas e ressignificas nas obras de Sued. Para contrabalancear a morbidez do período, ele passou a desejar cores mais luminosas e essa sensação da necessidade de luz foi se concretizando na carreira de Sued.
A gravura em sua carreira
A partir das aulas do pintor e gravador Iberê Camargo, em 1953 Sued passou a se dedicar à gravura, iniciando uma nova fase em sua carreira. Nesta época a gravura era algo novo e sua utilização ainda estava se popularizando entre os artistas.
Esse estilo também rendeu a Eduardo muitas exposições importantes, como em 1958, a mostra coletiva de gravuras, com Marcello Grassmann, Mário Gruber e Darel Valença, numa residência particular na cidade de São Paulo. Em 1964 quando produziu e editou um álbum de 25 gravuras em metal, com tiragem de trinta exemplares. Fez uma exposição em 1966 das gravuras em metal, dos desenhos e os estudos feitos para o livro editado pela Sociedade dos Cem Bibliófilos, na Galeria Barcinsky, no Rio de Janeiro. Sued também participa do Prêmio Internazionale Biella per l’Incizione, em Biella, Itália, e da exposição coletiva “Gravura brasileira”, na Galerie Pinx, Helsinki, na Finlândia.
Em 1973, ao lado de nomes importantes da gravura, faz a exposição “Quatro gravadores brasileiros”, são eles Eduardo Sued, Darel Valença, Iberê Camargo e Otávio de Araújo, na Galeria Grupo B, também no Rio de Janeiro. E então, já como referência da técnica em 1974 a 1980, trabalhou como professor de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Eduardo Sued - Água Forte
Aos 95 anos, apaixonado pelo trabalho, Sued não abre mão de trabalhar em seu ateliê. Pintar para ele é um prazer, é como uma necessidade. Se não fosse pelos cuidados com a saúde manteria seu dia a dia focado quase que exclusivamente na rotina de trabalho.