Paulo Pasta e as obras do tempo e de seu interior
Paulo Pasta
Paulista de Ariranha nascido no ano de 1959, Paulo Pasta é um dos grandes nomes da arte brasileira atual. Pasta é muito reconhecido como um grande concretista e suas principais obras são abstratas. Considera-se um artista observador e auto espectador, ou seja, que analisa e admira o seu próprio trabalho ao mesmo tempo em que o faz.
Paulo produz obras que tem ligação mais com o tempo que com a cor ou a forma, uma obra de descobertas e uma comunicação interna. Por vezes uma conversa com o passado, suas obras em baixo relevo são como se ele cavasse para achar a obra que esta por baixo da que fazia no momento. Em outras, fez questão de cobrir partes da obra com a intenção de mostrar que o passado deixa vestígios.
Como a maior parte dos artistas, Paulo considera que mesmo uma obra produzida como uma cópia não é a igual à copiada, muito menos uma que não foi pensada como uma reprodução, desta maneira, considera que esteve em constante evolução no seu trabalho.
As paisagens e o início
Em seu inicio na arte, Pasta fez sua primeira exposição em 1984. Em suas obras, a maioria era de paisagens e obras figurativas, que foram deixadas de lado até 2015, quando elas voltaram a fazer sentido em sua carreira. Sentido este que ele considera como um caminho natural, como um percurso não programado, mas vivido. Mesmo com essa pausa e não se considerando um paisagista, Paulo considera que não houve ruptura nem fases distintas em sua carreira. O caminho percorrido sempre teve o mesmo ritmo e como grande parte de suas obras, suas paisagens voltaram a fazer sentido pela memória, pelo passado, pelo tempo.
Paulo Pasta – Paisagem
O amadurecimento e a abstração
Durante a maior parte de sua carreira, Paulo trabalhou com abstrações. Como dito anteriormente, suas obras tem muito mais a ver com um pensamento, com um momento de seu passado do que com uma forma, técnica ou com uma cor. Em suas obras as formas presentes são disformes e assimétricas, mas a produção e a observação são nostálgicas e remetem ao passado de quem as fez e de quem as observa.
Para os críticos, suas obras remetem ao pensamento, à possibilidade de pairar sobre as ideias que já existiam no pensamento dos espectadores e sobre as que vieram com a observação, algo que para o artista é de suma importância, já que considera que “uma boa obra é aquela que causa silencio”.
O caminho acadêmico
Os primeiros passos de Pasta na arte se deram em 1978, quando começou a estudar artes plásticas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a ECA, e se forma em 1983, um ano antes de sua primeira exposição individual. Além da graduação, Paulo estudou desenho e gravura em metal com Evandro Carlos Jardim, aprendeu técnicas da gravura com Regina Silveira e pintura com Donato Ferrari e Carmela Gross.
Leitor assíduo, Pasta costuma ler sobre a história da arte e suas técnicas, principalmente quando está planejando algum trabalho ou apenas quer aprender uma ou outra técnica, mas também gosta da literatura tradicional.
Paulo Pasta continua produzindo e suas obras estão em diversos acervos nacionais e internacionais, ou à venda nas principais galerias de arte do Brasil.