Renina Katz: 5 curiosidades sobre a artista
Renina Katz é um grande nome da gravura brasileira, contribuiu em muito com sua arte e todas as suas formas de expressão.
Desenhista nata, passou pela gravura em metal, pela xilogravura, litografia e pintura. Confira algumas curiosidades sobre a vida e obra da artista, retiradas de entrevistas, que ajudarão a compreender um pouco de sua trajetória.
1. Sua série Favela buscava fazer denúncias sociais
Renina Katz foi engajada na militância em sua juventude em uma época do país pós guerra. Se definia contra o fascismo, com simpatia por valores socialistas.
No começo de sua carreira em 1956 lançou uma série de xilogravuras com tema Favela, que buscavam destacar os problemas sociais quanto ao descaso com as pessoas pobres que moravam em aglomerados.
Representava cenários do cotidiano, de pessoas trabalhadoras, de mulheres, crianças, homens em cenários comuns. Durante duas décadas, a de 40 e 50, se engajou as questões sociais com seu trabalho e lançou obras marcantes usando xilogravura.
Também revelou o universo dos retirantes e de pessoas marginalizadas com atmosfera dramática e expressiva.
2. Foi aluna de Axel Lescoschek
Axel Lescoschek lecionou por muitos anos no Brasil antes de voltar para a Áustria. Ilustrador e especialista em xilogravura, ensinou além de técnicas para Renina Katz valores que ela levou em sua docência quando foi professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
3. Foi instigada a aprender gravura em metal por um amigo
Poty era um amigo de Renina e a instigava a trabalhar com gravura em metal. Em um ateliê do rio de Janeiro pertencente ao jornal O Globo aprendeu muitas técnicas.
Trabalhavam seu amigo Poty, que era assistente de Carlos Osvald, que a ensinou a paixão por este tipo de arte. Lá, aprendeu a imprimir obras usando maquinaria pesada. Colocava a mão na massa e formou uma base que seria acessada anos depois em sua vida artística.
4. Construiu uma carreira acadêmica
Renina Katz, além de artista consagrada, desenvolveu uma carreira acadêmica onde fez mestrado e doutorado na USP, onde também lecionou por 29 anos. Ainda era formada na academia de Belas Artes e na Faculdade Nacional de Filosofia.
Seus diplomas foram o que salvaram seu emprego de docente quando a USP passou a exigir diploma universitário de seus professores. Como artista declarava que o aprimoramento acadêmico e técnico fazia bem ao dar uma visão mais analítica.
5. Se encantou por estampas japonesas em sua juventude
Na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro se encantou por estampas japonesas feitas por gravadores. Foi então, que passou a se interessar em xilogravuras, pois achou adequado para transmitir as mensagens políticas que desejava.
A arte em preto e branco era adequada e se dedicou a este tipo de técnica por anos até entrar em crise em 1956. Passada a juventude teve vontade de fazer outras coisas, seguir outros rumos quando se dedicou por representação de paisagens com pintura e depois litogravura na década de 70.