Leda Catunda: vida e obra da artista da Geração 80
Leda Catunda
Leda Catunda é uma das artistas brasileiras mais importantes da Geração 80, que desafiou as convenções da arte brasileira ao explorar novas linguagens e temas, com destaque para o universo popular e a crítica às representações de imagens no cotidiano.
Sua carreira abrange uma vasta produção, que inclui pinturas, esculturas, instalações e obras gráficas. Ao longo dos anos, Leda tem se mantido uma artista ativa no cenário artístico, com exposições nacionais e internacionais, e continua a expor suas obras até hoje, mantendo sua relevância e atualidade no panorama da arte contemporânea.
E neste artigo da Galeria Livia Doblas vamos falar sobre a vida e obra da artista.
A formação e consolidação de carreira de Leda Catunda
Nascida em São Paulo em 1961, Leda Catunda estudou Licenciatura em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), sendo aluna de grandes mestres como Regina Silveira, Nelson Leirner e Julio Plaza, que influenciaram profundamente a sua produção artística.
Durante seus estudos, ela já buscava seu lugar como artista, se dedicando e buscando oportunidades onde pudesse alcançar seus frutos.
Até que em 1981, Leda expõe pela primeira vez no “IX Salão de Arte Jovem de Santos”. No mesmo ano, participa de duas mostras coletivas: “Festival Internacional da Mulher nas Artes”, São Paulo e “V Salão Jovem de Arte Contemporânea”, Centro Cívico de Santo André, São Paulo.
E a partir desses trabalhos, ao longo dessa década, o trabalho de Leda começou a ganhar destaque no cenário artístico.
Leda Catunda faz parte da Geração 80 da arte
Em 1983, participou da mostra coletiva Pintura Como Meio no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC/USP), ao lado de outros jovens artistas da época, como Ciro Cozzolino, Sérgio Romagnolo e Ana Maria Tavares.
Agora, imagine com apenas 23 anos integrar uma histórica exposição, que foi a “Como Vai Você, Geração 80?”... Foi o que aconteceu com a artista, e esse evento, realizado no Parque Lage, no Rio de Janeiro, foi um marco para a arte brasileira dos anos 80, ou seja, já significava que quem estava ali era de muita relevância para o cenário.
Também participou de importantes bienais internacionais, como a I Bienal de Havana (1985) e as XVII e XVIII Bienais de São Paulo.
A busca por novidades e inovações levou Leda a realizar um mestrado na Escola de Comunicação e Artes da USP, onde defendeu sua tese sobre a "poética da maciez", um estudo sobre o uso de formas amolecidas em produções artísticas.
Foi assim, estudando, expondo e se dedicando incansavelmente à arte, que Leda construiu o nome artístico que conhecemos hoje. Artista visual, pintora, escultora, artista gráfica e professora brasileira, ela desenvolveu uma arte de identidade própria, com um olhar e talento inovadores, que vamos explorar a seguir.
A Arte de Leda Catunda:
Desde o início de sua carreira, Leda se distanciou das convenções tradicionais da arte, fazendo uso de materiais encontrados em mercados populares, como flanelas, toalhas e tecidos.
O uso de tecidos e materiais aparentemente banais para compor suas obras se tornaria uma característica marcante de sua trajetória, trazendo uma abordagem crítica à sociedade saturada de imagens.
Leda Catunda - “Escamosa II” acrílica e esmalte sem tecido e voile
Esses primeiros trabalhos, que ela denomina de pinturas-objetos, antecipam a fusão de pintura e escultura, consolidando sua identidade artística inovadora.
Pode-se dizer que esse trabalho tem raízes na infância da artista, sendo a casa de sua avó portuguesa o ponto de partida para seu interesse por elementos artesanais e populares, como toalhas de crochê e objetos decorativos do comércio popular.
Definitivamente, esses elementos se tornaram um repertório visual essencial para sua obra. Sua arte carrega uma mistura de sofisticação com elementos do cotidiano, com muitas cores e texturas.
No entanto, Leda não se acomodou com isso e continuou a explorar e a criar novos estilos.
Novos estilos na arte de Leda Catunda
No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, Leda começou a explorar formas mais abstratas. As texturas e estampas que marcaram seus primeiros trabalhos continuam presentes, mas a artista passa a adotar formas geométricas em suas produções.
Durante essa década, ela também cria obras de maior volume e dimensões, que geram maior profundidade e impacto visual.
Ela também possui muitas gravuras em seu portfólio, explorando amplamente a litografia. Mesmo nessas obras, misturava técnicas e combinava elementos clássicos nada clássicos, criando colagens, como por exemplo “Corações e Mentes”.
Leda Catunda - Litografia com colagens “Corações e Mentes”
Uma face diferente de Leda Catunda
Você sabia que além de incrível artista, Leda Catunda também se dedica à pesquisa e à educação?
Como professora e pesquisadora, ela continua a influenciar gerações de artistas, e com certeza promove uma reflexão profunda sobre o papel da arte na sociedade contemporânea e sobre a relação entre arte e cotidiano.
Um exemplo mesmo, não é?!
Assim, concluímos que a trajetória de Leda Catunda não apenas reflete as transformações da arte brasileira ao longo das últimas décadas, mas também reforça a importância de um olhar mais atento, crítico e criativo para o mundo ao nosso redor.
Pois foi assim, com sua habilidade de transformar o cotidiano em arte, que ela se destacou ao mostrar que, em suas mãos, objetos simples se tornam algo profundamente significativo e reflexivo.
E sua obra continua a inspirar e provocar, cheia de cores e texturas, consolidando-se como um dos pilares mais importantes da arte contemporânea no Brasil.
Leda Catunda - litografia “Amora”
E, como mencionamos, Leda Catunda também expressa sua arte em gravuras, e no nosso acervo online, você pode conferir várias delas. Clique aqui para conhecer!
E para você que, além de apreciar uma boa arte, também gosta de leitura sobre os diversos temas que ela contempla, confira mais textos em nosso blog. Há muitas histórias interessantes esperando por você!
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