O amor pela arte e a carreira ímpar do artista por essência Antonio Peticov
Antonio Peticov - Hommge to M. C. Escher
Antonio Peticov nasceu em Assis, interior de São Paulo, em 1946 e passou por inúmeras vertentes da arte em sua carreira. A escultura, a gravura e o desenho foram algumas delas, mas foi a pintura que mais o fascinou e que mais fascinou as pessoas, no requinte de sua técnica e na maestria da utilização das cores.
Aos 11 anos sua família se mudou para o Rio de Janeiro e lá conheceu um Editor de Arte que despertou e aflorou o seu lado artístico. Soube conhecer e reconhecer sua vocação logo cedo e dar a real importância para a intuição. Sozinha, ela não faria nada, mas unida a um reportório de conhecimento e de técnicas artísticas seria o seu grande diferencial.
Em 1986 mudou-se para os Estados Unidos e viveu em Nova Iorque, tendo morado antes em Milão, onde viveu uma realidade oposta ao Brasil: a valorização e o reconhecimento da arte e dos artistas. Antonio cita que por aqui foi sequestrado e assaltado por inúmeras vezes e que, numa dessas vezes, foi perguntado sobre sua profissão. Ao dizer que era um Artista, o bandido lhe perguntou: “Em qual emissora você trabalha?”
Antonio Peticov – Sem Título
A Arte não é commodity
Em seus trabalhos, Antonio não se preocupa com o tempo em que eles ficarão expostos, parados ou esperando um comprador. Preocupa-se com o fazer. Peticov também considera que toda obra pertence a um dono, e cada uma esperará o tempo necessário para encontrar seu possuidor.
Ao contrário de artistas que vão para o lado da multiplicação de suas obras, vendendo- as em larga escala, Antonio considera que a arte é um passo além disso. Sob sua ótica, obras prontas e feitas em escala não são arte. São apenas formas, ainda que legítimas, de ganhar dinheiro.
Antonio Peticov - As Lágrimas de Alice
O trabalho deve divertir
Para Peticov, o que realmente paga o seu tempo e suas obras são as gratificações que elas trazem, sem deixar de lado a importância que o dinheiro tem para um artista de qualquer parte do mundo, uma vez que é o dinheiro que garante o bem viver e a possibilidade do artista continuar produzindo e expondo da forma que achar melhor. Porém, faz questão de enfatizar que o verdadeiro combustível do artista não está nos prazeres que o dinheiro traz, mas no reconhecimento moral e profissional e na importância que as suas obras trazem para as outras pessoas.
Antonio Peticov - Quadro Mágico Negro
As curiosidades de uma carreira impossível de transcrever.
Pintou a urgência, a brevidade da vida e as abstrações, mas sempre teve amor por pintar a natureza.
Em 1970 foi preso e ficou no Carandiru. Antônio considera que aquele foi um dos melhores momentos da sua vida e carreira, pois lá pintou, traduziu livros e ensinou às pessoas a arte do Carnaval.
Foi reprovado em matemática 4 vezes na escola e chegou a participar do Congresso dos mais influentes matemáticos do mundo, nos Estados Unidos.
Até os dias atuais Antônio Peticov não assina suas obras, somente as identifica no verso, por considerar que a assinatura mancha uma obra e a puxa para o artista. Seria como ouvir uma música onde o artista fala o seu nome a todo tempo. Peticov resume e decreta: “A obra não é minha, é nossa”.