Roberto Magalhães: O artista da arte figurativa impressionante, vibrante e única.
Roberto Magalhães
Roberto Magalhães é um nome de força no cenário da arte contemporânea brasileira, principalmente na arte figurativa. E se hoje temos a honra de admirar sua arte, pode-se dizer que isso se deve a um presente que ele recebeu de seu pai aos 10 anos, o qual foi um incentivo para demonstrar seu talento artístico.
Ele não apenas revelou seu talento, como também o desenvolveu, tornando-se um dos artistas mais influentes da arte brasileira, com suas cores e traços que resultaram em obras únicas.
Se você quer saber qual foi esse presente e mais sobre a carreira de Roberto Magalhães, continue lendo este artigo da Galeria Livia Doblas.
A carreira de Roberto Magalhães
Roberto Magalhães nasceu em 1952, em Salvador, na Bahia, e desde cedo se envolveu com a arte. Isso porque, aos 10 anos de idade, recebeu de presente do pai uma tela e tintas, e ele começou a pintar a paisagens que lhe encantavam
Até que a brincadeira, bem elaborada e produzida, levou Roberto Magalhães a ser convidado pelo tio para atuar como ilustrador em sua gráfica, onde passou a desenhar rótulos e anúncios, e por lá foi promovido, dedicando-se à criação de capas de livros e discos, além de ilustrações publicitárias.
Apesar de ter se desenvolvido em diversas experimentações no campo publicitário, sentiu a necessidade de explorar novos caminhos na arte.
Assim, em 1962, buscou contato com a direção da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) para expor seus desenhos a nanquim na Galeria Macunaíma, vinculada à instituição e seus trabalhos chamaram atenção pelo traço singular.
E foi nessa escola que passou a frequentar cursos livres, onde teve seu primeiro contato com a xilogravura. Apaixonando-se pela técnica, dedicou-se a praticá-la e investir ainda mais em sua arte.
E então, começou a participar de diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior, até que, em 1964, um momento marcante ocorreu: realizou sua primeira exposição individual de xilogravuras na Petite Galerie, no Rio de Janeiro.
Carreira de Roberto Magalhães
A partir daí, podemos dizer que ele começou a colher os frutos de sua busca e dedicação. No ano seguinte, recebeu o prêmio de gravura da 4ª Bienal de Paris. Em 1967, seguiu para a capital francesa após vencer o prêmio de viagem ao exterior no 15º Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1966, com a xilogravura Édipo Decifra o Enigma da Esfinge.
Mas ele queria novos caminhos, o que o levou ao estudo do ocultismo, da teosofia e a um aprofundamento no budismo. A partir de 1969, decidiu residir por quatro anos no Centro de Meditação da Sociedade Budista do Brasil, interrompendo temporariamente sua atividade artística.
Essa pausa, no entanto, durou seis anos, e seu retorno foi marcado por inovação: sua arte ganhou uma ampla gama de símbolos e alegorias em aquarela e pintura a óleo.
E mais novidades vieram ainda na década de 1970 ao começar a dar aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Entre mudanças de fases, caminhos, Roberto Magalhães construiu um percurso singular, sem se vincular a grupos ou movimentos específicos, transitando entre pintura, desenho e gravura com uma arte de grande significado.
E então você sabe quais eram suas principais características? No próximo capítulo, vamos contar tudo!
Características da Arte de Roberto Magalhães
A arte de Roberto Magalhães é abundante em cores, traços, expressões e significados. Ele combina uma técnica refinada com uma forte carga simbólica, explorando formas geométricas, tonalidades vibrantes e contrastantes, além do uso constante de texturas, que conferem à sua obra uma identidade singular.
Seus trabalhos são criados com lápis de cor, bico de pena, aquarela e pintura a óleo.
Roberto Magalhães - Serigrafia “Perfil I”
Já sobre as técnicas, além de dominar a serigrafia, litografia e xilogravura, você sabia que ele desenvolveu um método próprio de gravação em madeira? Peroba e canela foram os materiais utilizados que permitiram traços extremamente finos, mas não para por aí. Seus desenhos eram esculpidos com uma lâmina de gilete, então, com tanta inovação, imagine quanto suas práticas foram consideradas inusitadas para a sua época?!
Dessa forma, explorando distintas técnicas, Magalhães trata de temas atuais por meio de mitos e alegorias. Sua obra investiga a distorção da figura, a humanização da natureza e transformações inesperadas – montanhas que se convertem em pássaros, criaturas fantásticas, narizes que fazem acrobacias, máquinas e edificações personificadas, casas que se mesclam a veículos, entre outras representações fascinantes.
Roberto Magalhães - Serigrafia “Mão”
E com isso há muitas narrativas que expressam desde o humor, até um pouco ácido, memórias da infância e um universo onírico a cenas inusitadas, extraídas da observação minuciosa do cotidiano e da paisagem urbana.
Ou seja, um sinônimo de originalidade, típica de um grande artista, que surge para fazer a diferença em seu meio, na arte e para inspirar. E isso, sem dúvida, é o que Roberto Magalhães realizou.
A influência da arte de Roberto Magalhães
Roberto Magalhães é um exemplo de como a arte figurativa pode representar o real de formas distintas, criativas e até com novas expressões e narrativas.
Brincando com elementos, formas, cores e texturas, ele reflete seu universo íntimo. Por isso, sua obra é moderna, versátil e inspiradora para colecionadores, espectadores e outros artistas.
Roberto Magalhães - Serigrafia “Máscara”
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