Senhoras e senhores, Di Cavalcanti
Di Cavalcanti
Nascido no Rio de Janeiro no dia 6 de setembro de 1897, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, ou apenas Di Cavalcanti, foi um dos maiores nomes da história das artes plásticas brasileiras que ficou conhecido principalmente por suas pinturas, ilustrações e caricaturas.
Em suas telas, além de caricaturas de famosos políticos e de figuras importantes do Brasil, estava o cotidiano dos brasileiros. O samba era muito presente. O dia a dia das pessoas era representado pelas figuras comuns do subúrbio, pelas mulatas, pelo carnaval, pelas favelas e pelos operários. Além de seu trabalho na arte, Di Cavalcanti também trabalhou como jornalista.
O primeiro trabalho de Di na arte se deu na Revista Fon-Fon. Nela, ele publicava charges que, em sua maioria, abordavam temas políticos. Com 16 anos já levava a arte como profissão e com 20 já realizaria sua primeira exposição individual. Na época, cursava direito em uma das faculdades mais importantes do Brasil: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Di Cavalcanti - Mulata Deitada
A Semana de Arte Moderna de 1922
Sim, foi de Di Cavalcanti que partiu a primeira ideia de trazer uma das semanas de maior importância para a arte brasileira, se não a mais importante: A Semana de Arte Moderna de 1922. Sua ideia era trazer ao Brasil “uma semana de escândalos literários artísticos”. Foi aí que Di elaborou a capa do catálogo da exposição e no Teatro Municipal de São Paulo teve destaque expondo 11 importantes obras.
Di Cavalcanti - Capa do Catálogo da Semana de 22
A evolução de sua carreira
No início de sua carreira é perceptível a utilização de tons escuros e personagens que carregam mistérios consigo. Com o passar dos anos, conheceu e frequentou o exterior, por onde obteve conhecimento e se deparou com o artista que teve maior influência em sua carreira: Pablo Picasso. Picasso trouxe às obras de Di mais cores e um ar mais leve, além de trazer uma das partes mais características de suas obras, a valorização de personagens humanos volumosos.
A partir da ida à Europa, Di traz também a influência do clubismo estrangeiro para suas obras e com o passar dos anos começa a trazer ainda mais a politização a suas telas. Tornou- se ainda mais engajado em temas político-sociais e filiou-se ao Partido Comunista do Brasil.
Di Cavalcanti – Favela
Influência, importância e talento
Sobrinho de José Carlos do Patrocínio, um importante abolicionista brasileiro que era amigo de pessoas importantes no cenário da época, como Olavo Bilac e Machado de Assis, chegou a ilustrar livros de Jorge Amado, Monteiro Lobato, Vinícius de Moraes, Mario de Andrade e Álvares de Azevedo. Além disso, foi convidado por Oscar Niemeyer para ilustrar os tapetes do Palácio da Alvorada.
Di Cavalcanti - Obra no Palácio da Alvorada
Di Cavalcanti faleceu em 26 de outubro de 1976 em sua terra natal, o Rio de Janeiro.